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segunda-feira, 1 de junho de 2015

CARDEAL SARAH: "NÃO ENGANEM AS PESSOAS COM A PALAVRA 'MISERICÓRDIA'. DEUS PERDOA OS PECADOS APENAS SE NOS ARREPENDEMOS DELES"

Por Matteo Matzuzzi - il Timone - 30 de maio de 2015
Traduzido do inglês de Rorate Cæli


"Se a Eucaristia é considerada [simplesmente] uma refeição que partilhamos e que ninguém pode ser excluído dela, então o sentido do Mistério (da fé) é perdido". É o que diz o Cardeal Robert Sarah, o novo Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, numa intervenção proferida no Instituto Pontifício João Paulo II para os Estudos sobre o Matrimônio e a Família, em sua apresentação: "A Família - um trabalho em progresso”, uma compilação de ensaios publicados por Cantagalli, tendo em vista o próximo Sínodo em outubro. Uma compilação com o intuito de estimular uma discussão que aborda as "questões quentes" da homossexualidade, sexualidade, divórcio, fertilização-in-vitro, eutanásia e o celibato. Três volumes compõem a coleção, duas das quais são escritas por professores do Instituto Pontifício João Paulo II: "A Eucaristia e o divórcio: A Doutrina muda?", de José Granados (que também foi nomeado consultor do Sínodo dos Bispos) e "Famílias diferentes: expressões imperfeitas do mesmo ideal?", de Stephan Kampowski. O terceiro, "O que Jesus pensa do divorciados recasados?" é a obra de Luis Sanchez Navarro, Ordinário do Novo Testamento na Universidade de São Damaso, em Madrid. il Foglio havia antecipado amplos extratos dos livros dos Professores Granados e Sanchez em 15 de abril deste ano.

"O Ocidente - disse o cardeal Sarah, em uma resposta ‘improvisada’ a algumas questões colocadas a ele a partir do auditório - está se adaptando às suas próprias ilusões". O principal problema, o prelado observou várias vezes, é a . (Il Foglio antecipou neste último 13 de março um longo extrato do livro "Dieu ou rien", publicado na França pela Fayard). "Se você considerar que a palavra ‘fé’ já não é mencionada, mesmo no rito do Batismo quando os pais são questionados sobre o que pedem da Igreja de Deus para os seus filhos, a significância do problema é muito clara", acrescentou o Cardeal, que também culpou o ensino do Catecismo hoje, "As crianças fazem desenhos e não aprendem nada – elas não vão à Missa."

O novo rito e a resposta mais vazia e óbvia na história da liturgia (que, como sempre, é opcional e substituível, até mesmo por "fé")

Em relação ao próximo Sínodo, um convite veio do Cardeal Sarah [para nós] não termos ilusões sobre mudanças de época: "As pessoas pensam que haverá uma revolução, mas isso não pode acontecer. A Doutrina não pertence a ninguém, ela é apenas de Cristo". Após a reunião de outubro do ano passado, observou o cardeal em sua apresentação dos três volumes, "ficou claro que o verdadeiro cerne da questão não era apenas a questão dos divorciados que voltaram a casar", mas "se a doutrina da Igreja é para ser considerada como um ideal inalcançável - uma impossibilidade, a qual, portanto, necessitaria de adaptação a uma tendência de queda proposta pela sociedade atual. Se esta é a situação, precisamos de um esclarecimento quanto a se o Evangelho é a boa notícia para o homem ou um fardo inútil já não viável”. As riquezas do Catolicismo - acrescentou ele - "não podem ser reveladas através de idéias ditadas por uma espécie de pragmatismo e alguns sentimentos mútuos em comum. A Revelação mostra a humanidade a caminho da totalidade e da felicidade. Ignorar este fato significaria afirmar a necessidade de repensar os próprios fundamentos da ação redentora da própria Igreja, que é realizada através dos Sacramentos."

O problema também são aqueles "padres e bispos" que contribuem para "contradizerem a palavra de Cristo" por suas próprias palavras. E isso, disse o cardeal Sarah, "é extremamente grave". Permitir em alguns níveis diocesanos o que ainda não tenha sido autorizado pelo Sínodo (a alusão era para as práticas seguidas em muitas situações do centro-norte da Europa) é "profanar Cristo". É de pouco valor invocar a misericórdia: "Estamos a enganar as pessoas quando se fala de misericórdia sem saber o que a palavra significa. O Senhor perdoa os pecados, mas apenas se nos arrependermos deles". As divisões que foram vistas em outubro passado", ... foram todos do Ocidente. Na África, nós permanecemos firmes, como tem havido muitas pessoas naquele continente que perderam suas vidas por causa da fé."

O cardeal lançou um apelo contra os membros do clero que usam linguagem imprecisa: "É errado para a Igreja usar o vocabulário das Nações Unidas. Temos o nosso próprio vocabulário”. Em seguida, ele queria fazer um esclarecimento sobre uma das máximas que se tornou muito popular desde 2013, ou seja, aquela sobre 'sair nas periferias’. A intenção é correta, obviamente, mas com uma condição: "É fácil sair para as periferias, mas isso depende se estamos levando Cristo [para eles]. Hoje é mais corajoso estar com Cristo na cruz, o que significa martírio. O nosso dever é ir contra a corrente dominante" no que diz respeito às modas da época, e "sobre o que o mundo está dizendo". E, além disso, "se a Igreja deixa de pregar o Evangelho, ela está acabada. Isso pode ser feito com as modas presentes, mas com firmeza."

E, por último, uma nota sobre o declínio das vocações sacerdotais no mundo: "A questão não é que há poucos sacerdotes, mas se esses sacerdotes são verdadeiros sacerdotes em favor de Cristo".

Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos



Obs.: Os destaques em negrito são deste blog.

Um comentário:

  1. Obrigado Cardeal Robert Sarah. È animador vermos palavras de luz neste mundo tão paganizado, confuso e com pregações dúbias.
    Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
    Para sempre seja louvado.

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